(sound - L. Cohen / images - B. Viola "an ocean without a shore")
Ali, no meio de uma multidão de velhos francófonos dançando um som sobrecarregado de artifícios diversos, solos de guitarra descontextualizados como que atribuindo uma dimensão pink-floydiana a um contador de histórias de amor queimado por anos e anos de charutos e whiskey, alguns se deixaram levar por dois ou três momentos em que os músicos barrocos foram à casa-de-banho e o velho pôde, finalmente, fazer o que ainda sabia fazer tão bem… too-dumb-dumb-dumb-ta-too-dumb-dumb-dee como resposta para todos os enigmas da religião e da filosofia de noites e noites em que passou sem dormir.
E dessa distância profetizava a ausência de cura para o amor, enquanto os músicos e os espectadores dançavam uma outra coisa qualquer, como se fossem autistas ou… talvez apenas sãos, porque o velho era o velho, de gabardina azul, com a pistola na algibeira que alguns viam e choravam, especados de pé, sem qualquer nuance de movimento, enquanto as velhas se roçavam nos filhos que tinham para ali sido arrastados.
Não houve The Partisan, não houve The Famous Blue Raincoat… mas houve meia dúzia de momentos envoltos num recheio de Tony Carreira… coisa menor, porque toda a multidão era apenas chuva onde meia dúzia de vultos sobressaíam.
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