28 de fevereiro de 2008





Por motivos de ordem técnica, alguns elementos deste espaço foram descuidadamente retirados.

Assim, pede-se a opinião aos colaboradores e frequentadores do trialversion1.blogspot.com, quanto à possibilidade de manter o layout deste último tal como se encontra actualmente.


Se o anterior modelo de organização do blog for o desejado, tudo se fará para recuperar a informação dos elementos atrás referidos.



Sapadores da versão experimental




27 de fevereiro de 2008

Cancel my subscription to the resurrection

Declaro a morte deste blog.

Não tardará a que se resuma a um repositório dos tempos mortos, apenas mais um entre os milhões de cadáveres de uma rede de informação estática, em autoconsumo, apenas mais um entre os milhares com que me deparo, como que por acaso, revelando no seu irónico sistema de contagem de tempo, um tempo em que realmente viveu, e um progressivo desgaste, até ao fim do seu tempo. Tudo acaba por morrer... mas não deixo de sentir uma certa surpresa, em forma de mágoa, perante algo que durou tão pouco e que, no meu ponto de vista, nunca o chegou a ser; ...caminhava para lá... quando todas as suas intencões se esgotaram, logo numa primeira abordagem, num primeiro “post”, como se tudo o que houvesse para dizer fosse “queremos um espaço que marque pela diferença”, quando essa diferença acabou aí mesmo, nesse quadro de intenções utópicas e um tanto ou quanto arrogantes. Não me espanta. Mas devo confessar que acreditei, por utopia, por desejo de infinito... por arrogância também.
Entre um misto de provocações, infantilidades, agendas culturais, magazines decalcados, desabafos não-ponderados, verborreias, vómitos... lá foi morrendo. “Fode-me youtube”- talvez seja esse mesmo o sentido disto: uma caixa de correio para onde se vai atirando vídeos de gatinhos a fazerem coisas engraçadas; apresentações em power point que é necessário enviar a todos os amigos porque senão a avó passa mal; datas de eventos culturais; e toda uma infernidade de notícias, sites e musiquinhas batidas.
Haverá sempre a óbvia desculpa do “não há tempo”, que “agora estou a trabalhar na tese”, ou “estou a trabalhar”, ou “tenho ginásio a essa hora”, ou “uma merda qualquer”. Sim, este blog transformou-se verdadeiramente numa merda qualquer.
No entanto, parece incrível como algo feito do trabalho conjunto de quatro pessoas não tenha, PELO MENOS, um post por dia... isso implicaria a cada um fazer uma média de UM POST POR SEMANA!, ...mas isso custa muito! - “deixa-me lá escrever uma merda qualquer..., ou então mando um vídeo do youtube e nem tenho de me chatear mais com o assunto...”
Talvez seja por isto não ter um sistema de “avaliação”. Discutia-se, há uns dias, a importância das "notas" na faculdade... acho que é esta – quando não há notas as pessoas começam a cagar, progressivamente, até ao dia em que se esquecem daquilo com que se tinham comprometido - “Isto não é importante”, “isto é um repositório de merda”. Porque não o fazemos (blog/vida) à imagem da nossa arrogância inicial? ...porque, na realidade, NÃO SOMOS CAPAZES!

Toda esta introdução serve apenas para dizer que, como todas as coisas insignificantes da vida, este mísero blog é apenas mais um pequeno simulacro da vida real. As pessoas não cumprem compromissos, preferem, parafraseando um sarcástico (que no meu ponto de vista deveria ser mais directo), “masturbar-se a foder”. Porque “foder” implica sujar mais do que apenas uma mão.
Gostaria também de acrescentar que EU PRÓPRIO me revejo em tudo o que acabei de dizer. E não gosto. Não gosto que a humanidade viva para o seu umbigo, e não gosto que a sociedade nos obrigue a fazê-lo em ordem a sobreviver. Quem for escuteiro, é completamente espezinhado, e sofre; quem for rufia, baterá em tudo e em todos, apenas com o objectivo que ninguém se aperceba da sua fraqueza, e sofre, mais tarde ou mais cedo, porque é fraco; e há os dissimulados.
Os dissimulados são os piores mas, nos dias de hoje, o mundo é deles. Com todas as câmaras de vigilância, nicknames e escravidão da moda, qualquer um pode ser um dissimulado. Qualquer um pode criar uma imagem para si, e servir-se dela, mentindo aos outros, ao mundo e a si próprio. Um dissimulado é um mentiroso. Um dissimulado apresenta um trabalho sobre arte sem a sentir, e age como o pior crápula, como um actor superficial, aparentando sentir aquilo que deveras não sente e desconhece por completo. Um dissimulado diz aquilo que pensa ou sabe que o outro quer ouvir. Um dissimulado é um sedutor.
Depois há os azedos. Penso que a melhor definição para nós os quatro é sermos uns azedos que de vez em quando, e porque percebem que se não o fizerem acabam por sofrer, agem com uma certa “dissimulação”.
Quanto a vocês não sei como se saem, mas eu confesso que não consigo encarnar personagens sedutoras. No teatro sempre gostei de fazer personagens que gritavam muito, que eram más, loucas ou doentias, talvez como forma de extravasão... sentia-me bem podendo fazer tudo aquilo que me retraio por fazer, numa personagem que realmente o pudesse fazer. Mas nunca conseguiria fazer uma personagem dócil, sedutora, que lê os olhos de alguém e consegue, por palavras, manipulá-la... o meu discurso até poderia começar assim, mas rapidamente se atabalhoaria num atropelamento do mundo. A comunicação assusta-me porque me faz querer perceber o mundo inteiro de uma única assentada, e não sou capaz. Mas a sociedade está montada, e isso é apenas um defeito insuportável.
O que se quer são dissimulados. O que se quer são ALFAS.

Sinto, acima de tudo, uma enorme desilusão perante a indisponibilidade do mundo para se resolver a si próprio. É tão fácil perceber a solução dos enigmas quando nos ancontramos sós, sem nenhum elemento de carácter aleatório que lhe condicione a expressão, que nos parece, nessas alturas, que bastaria um momento de pensamento uníssono para resolver todos os problemas do mundo. Mas isso não existe. O que existe é uma sociedade de informação exacerbada, é cada cabeça a pensar para o seu lado, fazendo aquilo que lhe faz mais sentido, mas em completo autismo perante a “sociedade exterior” a cada qual. Porque todos somos autistas numa “sociedade normal”.
Precisamos, todos, enquanto POVO PORTUGUÊS, de um BOTELHON na Praça do Comércio, como diria um amigo meu, precisamos de um momento de liberdade e de extravasão EM GRUPO, numa multidão FORA DA SOCIEDADE INSTITUÍDA.
Precisamos de liberdade. Precisamos do 25 de Abril que nunca chegou a acontecer. Precisamos da revolução dos estados de consciência, pela música, pela dança, pela orgia.

Sinto-me numa prisão desde o dia em que nasci. Viajar fisicamente ilude-me, mas não chega, porque esses percursos apenas me mostram a repetição dos mesmos modelos, das mesmas atitudes, das mesmas pessoas... se eu morresse nenhum mal viria ao mundo, porque a minha singularidade pessoal existe num número insondável de clones que não me pertencem.
Resta-me apenas defecar para tudo, fazer justiça ao poço de fezes para onde vim à LUZ, defecando, fazendo aquilo para que fui criado, defecando mais um pouco, fazendo crescer infimamente o nível dos centímetros cúbicos de trampa desta gigantesca fossa. Quando o tiver feito, poderei dizer que não vivi em vão. Sou um defecador, tal como vocês, e nasci para isto, sozinho, isolado por completo numa poça de excrementos em putrefacção, chapinhando com os pés nessas lamas viscerais que, respingando para as pernas e envolvendo-se, colam-se nos pêlos, cabelos, dançando uno, cantando um solo, até ao dia em que cair e, lentamente, nesse processo mórbido de afundamento, ouvir a música do silêncio que é o sangue a percorrer as veias, o bater do coração, e o “flop-flop” de excrementos a entupir os ouvidos.

Por agora vou dormir na superfície do lodaçal.
*

26 de fevereiro de 2008




Pozar




Exposição de Vladimir Velickovic
Galeria António Prates
29.02.08 - 29.03.08




23 de fevereiro de 2008




Fode, fode, balão fode
Fode, fode, sem parar
Que mais vale um balão a foder
Do que outro a masturbar.


(fica a dúvida)


22 de fevereiro de 2008

xor mestre

18 de fevereiro de 2008

a noite chove

Chove. Gosto de ficar aqui, em frente à janela, olhando através de manchas translúcidas, vendo a água deformar o “lá fora”..., porque é la fora que chove e eu estou seco. ...há muito que a água aos meus olhos é forçada, com música, com palavras, forço-me para que corram, mas estou seco e é lá fora que chove.
É tão belo. O céu, de um cor-de-rosa arrocheado, mas escuro, e ao mesmo tempo branco, contudo... como ironia de alguém que lhe retirou contraste - é vazio, e os prédios cheios, e amarelos pela luz dos candeeiros, saltam para a frente, invadem-me o campo de visão e esse manto vítreo lá atrás, vertendo-se por sobre a minha janela em vazio feito líquido.
Parou. Vou abri-la para o deixar entrar... gotículas quebram-se no parapeito, borbulhando até se desfazerem, contrariando Lavoisier elas desaparecem da mesma forma que surgiram, desse manto vazio que envolve a noite, fronteira espacial... haverá noite cósmica no fim dos tempos? Tão estranho é que duas coisas com o mesmo nome possam ser tão distintas, porque esta noite terrena é o dia do universo na terra e o dia terreno um manto de escuridão perante a grandeza universal! Quantos microcosmos em cada gota de chuva?... quanta matéria e dimensões por sondar em cada restício de realidade espaço-temporal!
É-me impossível contá-las a todas... começo por um canto, uma, duas... são muitas, são inúmeras, infinitas gotas de chuva no vidro da janela!, será que ainda lá estarão de manhã?, ou terão de voltar para de onde vieram, para esse ente imaterial que no ocorrer da manhã azul será?
Talvez seja a estrela solar que o torna azul; lembro-me de a olhar também – era branca e dançava dentro de um coroa amarelada, mas essa coroa não a via tão bem – fugidia, traquinas – a bola branca dançava no interior e ia mudando de cor, ora azulada, de um azul “neónico”, ora cor-de-rosa fluorescente! “Não olhes para lá que te queima os olhos”... e assim ficava eu, outra vez no meio da relvinha, apanhando pinhões, esmagando-os com pedras da calçada, comendo-os, oferecendo-os, trocando-os por olhadelas em pipis, cromos e mais pinhões. E eu que nem gostava de pinhões, logo ali era introduzido no sistema capital... tão cedo as crianças querem cegar, qual Fausto, não por graça do demónio, mas por livre vontade, querem cegar para poderem ver!
...
...hmm, boa noite.
...

17 de fevereiro de 2008

Blackout

«Escuridão mundial: No dia 29 de Fevereiro de 2008 das 19:55 às 20:00 horas propõe-se apagar todas as luzes e se possível todos os aparelhos eléctricos, para o nosso planeta poder 'respirar'. Se a resposta for massiva, a poupança energética pode ser brutal. Só 5 minutos, para ver o que acontece. Sim, estaremos 5 minutos às escuras, podemos acender uma vela e simplesmente ficar a olhar para ela, estaremos a respirar nós e o planeta. Lembrem-se que a união faz a força e a Internet pode ter muito poder e podemos mesmo fazer algo em grande.

World in dark (Blackout). In the 29th February of 2008 from 7:55pm to 8:00pm Lisbon, Greenwich - Hour, is proposed to turn of all lights and if possible all electric equipments, to our planet 'breath'.
If we make an massive answer to this request, the power saves can be brutal!!!
Only five minutes, to see what happens.
Yes, we'll be 5 minuts in the dark, we can turn light a candle and simply just stay watching it. It's five minutes that our planet and us will be breathing.
Remember, the union makes the force and the Internet can have a lot of power and using it like now we can make something BIG and GREAT to the environment and mankind.
Pass the new, and if you have friends all over the world send them this mail and ask them to make the translation to their language and adapt the hour of your and they're country to the Lisbon Greenwich time.
Thank You and once in life let's make someting great for our planet!»


(alguém, algures, na net...)

13 de fevereiro de 2008

12 de fevereiro de 2008

dedicado a todos os seres humanos

o autocarro deveria continuar, mas eu saio já aqui...

9 de fevereiro de 2008

7 de fevereiro de 2008

aranhinhas

Como eram grandes as aranhas de cujas tenazes eu pendia e era docemente lambido por quelíceras de veludo! Como era agradável ser mirado por uma multidão de olhinhos pretos, pequeninos, inexpressivos, mas doces como os não há... aranhinhas queridas... envolvem-me na sua saliva, e eu estendo os braços para o céu – como é extraordinário ser transportado por quem nos quer tão bem! Ah!, e devoram-me os membros e eu nada sinto, quais lençóis onde me deito eternamente, elas me devoram para sempre... clássico cenário e eu... Prometeu?

Consciência súbita me ressalta do estômago dilacerado! – levanta-te, salta da cama, abre a janela, baixa os estores! Corre de um lado para o outro!... que horas são, que horas são? Que luz é esta que há tanto tempo não via? Azul arrocheado do amanhecer que tantas vezes me fez preâmbulo de uma noite de sono... há tanto tempo que não sonhava... e com que facilidade aquilo que alguns chamam de pesadelo se transforma no mais doce dos sonhos... quando se dorme, na tranquilidade e segurança que os cobertores conferem à atmosfera gelada, todos os sonhos são áureos, leves como o ar, porque nada se sente, nada de substâncias químicas que os tornem reais, que lhes façam sentir dor... ...e vale a pena a dor do sofrimento constante se, ao chegar o momento glorioso do dormir, se viaje para tais paisagens...? - a mim mais um magnífico dia de maravilhoso sofrer!

4 de fevereiro de 2008

desejo de infinito

É tarde mas aqui estou; para além do cansaço, arrastando-me pelas divisões, contraindo-me no cácere do habitar, nesse covil a que chamo lar; talvez... com a única pretensão de me expandir mais um pouco, antes da anestesia, desse quase-morte que o leito domina.
Como é maravilhosa a realidade já sem luz, limbo negro entre dias de eterno presente! Sinto como se apenas o fosse aí, num fora-de-tempo para onde, deliberadamente, me deixo levar, sacrificando-me a essa agonia do já não saber quem sou. Como me aterrorizo perante o desconhecido que a mim me apresento..., tantas possibilidades, tanta necessidade de acção abusiva, tanta inércia que tudo aglutina... como me “alimento da desgraça alheia”, como são belos os cadáveres espalhados pelas ruas de Bagdad!, ...e como seria belo trucidar o ser obsceno rodeado de números, e de cores, e de sons polifónicos!, como seria sublime o seu guinchar!
Mas o magnetismo televisivo consome-me... e eu, contínuo a vê-la, e a odiá-la, e até não me conhecer - apenas esse instinto assassino, essa adrenalina da distância segura e o desejo "id’ónico" de querer interferir nos acontecimentos com um fútil toque no botão. Desligo-a.
...este silêncio ensurdecedor é mais terrífico que qualquer imagem que tenha visto. Sou medo, sou pânico, agora já sei quem sou.

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3 de fevereiro de 2008

um nome

eisenstein...(pausa)

...en...steiners...(pausa)



...steisen...(reflexão)





(reinicio)...sbraisers...seiners...(pausa)




...sainen...(reflexão)





(insistência)...senaimers...eisteisen...eins...

...(dúvida)

1 de fevereiro de 2008