"Té-te-re-reee!!..." - as cornetas disparavam de sítios desconhecidos, ruela abaixo, ruela acima, nem a cal nem o pó respondiam e os velhos, sentados em agrupamentos dispersos, faziam-lhes companhia nesse silêncio daqueles para quem o Tempo se desenvolve de modo diferente para com os demais. A "emoção da tourada" andava de braço dado com o tecno dos carrosseis - às moscas - e a praça - de toiros - era um mero buraco circunferencial ladeado de alvos pintados em muretes de madeira vermelha, nos limites daquela arena improvisada, escondida por entre canaviais e searas de milho.
Um puto correu - sabe-se lá de onde - e saltou lá para baixo, ao que passou a encarnar um boi, correndo em círculos concênctricos, sgundo uma trajectória espiraloide, descrevendo desenhos pontilhados pelas suas sapatilhas´.
É nisto que um velho, de boina por sobre a fronte, surge do meio das canas, arregaça as mangas da sua camisa suada - porventura seria a mesma que houvera usado toda a semana - e levanta uma espingarda horizontalmente, à altura do peito superior, faz pontaria e... dispara. O puto-boi dá um gracioso salto no ar, uma vez que fora atingido num calcanhar, pelo que a perna é projectada numa direcção enquanto que o corpo dá uma reviravolta para trás, lá vai ele, acabando por enbater na areia seca da arena e, desgracem-se os estéticos, tingindo-a de salpicos acastanhados - PUM.
"E com isto, a bem-dezere, vam catro! ...raça dos gaiatos..."