12 de fevereiro de 2008

dedicado a todos os seres humanos

o autocarro deveria continuar, mas eu saio já aqui...

2 comentários:

Anónimo disse...

Mas o autocarro continua...
As coisas não são assim tão simples. Partir, é um processo demorado que só percebemos que já aconteceu quando viajamos a uma velocidade elevada.
Quer dizer que já partimos?
Enquanto o autocarro continua a avançar muito lentamente (mas creio que avança, sim), e apita como se tivesse a missão salvadora de nos levar para longe do fim do mundo, continuam a entrar passageiros. E não só. Numa paragem (o processo de estar-a-partir repete-se em muitas paragens), que é só para saída e entrada de passageiros, quando o autocarro se põe em marcha no esforço. Há a ainda oportunidade para entrarem vendedores de pipocas, amendoins, relógios e anéis, bolos, água, revistas, lenços de papel, CDs (com demonstração do produto num leitor portátil e acompanhamento vocal do vendedor), e chocolates!!:).
Um vendedor por cada produto. E pelo meio, os pedintes: um homem sem uma perna que fala sem pausas, uma mulher com um bebé às costas que distribui papéis pelos passageiros e os recolhe na volta. Isto sempre com o autocarro - adivinhaste! - já em movimento.
Com tudo isto já todos os vendedores saíram, todos os passageiros estão nos seus lugares, o sol brilha, e o autocarro entrou na estrada. E o mesmo vai suceder contigo ao longo do percurso. Tencionas partir mas depois reparas que as árvores à beira da estrada já passam por ti (ou tu por elas) como uma faixa verde, e isso quer dizer que estás a andar depressa. Partiste? Não completamentente.

Anónimo disse...

Cuidado com o degrau.