Ora viva pessoal!, detesto ter de destruir aquilo que a Pequena Sereia consegue fazer... ou será que destruo? Afinal trata-se apenas de algo... diferente.
Onze da noite, A vida é bela... e o restaurante também, os jarros de vinho, os espinafres e os molhos... e essa luz amarela no contraste do negro, como pinceladas toscas.
- “Vocês sabem quem eu sou?” – uma voz pujante mas arrastada pelo bagaço – “o meu nome é Rosado Manjerico! Eu sou um alentejano!” – fez-se o click, estalou a conversa e (Os) alentejanos prosseguiram noite fora; as raparigas riam, lúcidas, e os “anarcas” escutavam – “Tu és um anarca!” – disse Rosado Manjerico. Ainda lhe respondi que “o meu avô também era alentejano, de Avis”, e enfim, foi ver a verborreia desgarrada de nomes de terras, calão alentejano, “gaiatices” e muengas. Muenga é merda, a propósito. E Rosado Manjerico emitia uma Muenga arrastada pelo bagaço, uma “muêenghaa”, um olhar aquoso, um sorriso de reconciliação com o mundo, e este meu nosso feedback, atónito. Ri-me, revirei os olhos, bebi mais um copo e olhava para o lado – elas choravam, a rir, também, mãos na cara, gargalhadas inconsistentes e pluricórdicas construíam este ambiente surrealista que a Baco devemos. Mas Rosado Manjerico bebia cerveja, não consegui descobrir como, através de uma qualquer técnica ancestral ele bebia-a sem nunca a levar à boca. Sabedoria.
E a sabedoria cresceu noite fora, em conjunto com o aparvalhamento dos seus interlocutores que se deixavam arrastar, de bar em bar, por esta figura carismática que falava numa língua desconhecida, cambaleava e dançava, e nós atrás. Instantaneamente já havia mulheres a dançar, espetando o rabo no ar, esfregando-o em varões metálicos e despindo-se. "Foda-se, mas onde raios nós estamos?" – “Eu já aqui trouxe a minha mulher!” – e estas “mulheres” sentavam-se nas mesas, vestiam roupas fluorescentes e brilhavam no escuro. Eram brutas, nojentas, e os homens olhavam e espumavam da boca.
Afinal é isto um bar de putas...
“Desenha a miúda!” – disse-me Rosado Manjerico – “faz aí um traço!” – e eu fiz. Não consegui perceber quem era essa mulher(?), híbrida, a minha imagem platónica de uma mulher... e quão contrastante era com aquelas personagens circenses!...
“A voz do traço!, nunca se esqueçam!, a voz do traço!” – Rosado Manjerico esfumou-se na noite, o táxi partiu, e adormecemos em qualquer lugar.
Onze da noite, A vida é bela... e o restaurante também, os jarros de vinho, os espinafres e os molhos... e essa luz amarela no contraste do negro, como pinceladas toscas.
- “Vocês sabem quem eu sou?” – uma voz pujante mas arrastada pelo bagaço – “o meu nome é Rosado Manjerico! Eu sou um alentejano!” – fez-se o click, estalou a conversa e (Os) alentejanos prosseguiram noite fora; as raparigas riam, lúcidas, e os “anarcas” escutavam – “Tu és um anarca!” – disse Rosado Manjerico. Ainda lhe respondi que “o meu avô também era alentejano, de Avis”, e enfim, foi ver a verborreia desgarrada de nomes de terras, calão alentejano, “gaiatices” e muengas. Muenga é merda, a propósito. E Rosado Manjerico emitia uma Muenga arrastada pelo bagaço, uma “muêenghaa”, um olhar aquoso, um sorriso de reconciliação com o mundo, e este meu nosso feedback, atónito. Ri-me, revirei os olhos, bebi mais um copo e olhava para o lado – elas choravam, a rir, também, mãos na cara, gargalhadas inconsistentes e pluricórdicas construíam este ambiente surrealista que a Baco devemos. Mas Rosado Manjerico bebia cerveja, não consegui descobrir como, através de uma qualquer técnica ancestral ele bebia-a sem nunca a levar à boca. Sabedoria.
E a sabedoria cresceu noite fora, em conjunto com o aparvalhamento dos seus interlocutores que se deixavam arrastar, de bar em bar, por esta figura carismática que falava numa língua desconhecida, cambaleava e dançava, e nós atrás. Instantaneamente já havia mulheres a dançar, espetando o rabo no ar, esfregando-o em varões metálicos e despindo-se. "Foda-se, mas onde raios nós estamos?" – “Eu já aqui trouxe a minha mulher!” – e estas “mulheres” sentavam-se nas mesas, vestiam roupas fluorescentes e brilhavam no escuro. Eram brutas, nojentas, e os homens olhavam e espumavam da boca.
Afinal é isto um bar de putas...
“Desenha a miúda!” – disse-me Rosado Manjerico – “faz aí um traço!” – e eu fiz. Não consegui perceber quem era essa mulher(?), híbrida, a minha imagem platónica de uma mulher... e quão contrastante era com aquelas personagens circenses!...
“A voz do traço!, nunca se esqueçam!, a voz do traço!” – Rosado Manjerico esfumou-se na noite, o táxi partiu, e adormecemos em qualquer lugar.
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