8 de dezembro de 2007

transmission

...grande fotografia, grande som, grande merda de filme.

4 comentários:

aa disse...

Talvez seja um exagero dizer que o filme é "uma merda", mas estava a tentar provocar-vos, a realidade é que tem, provavelmente, o preto e branco mais bonito que já vi em cinema... aquelas matizes de cinzento, contrastes de fumo de cigarro e negro a sair de chaminés, nuvens brancas, chuva... lindo.
Questiono a voz... porque não era o Ian Curtis a cantar? Porque não passaram o Shadowplay??, e puseram uma versão ranhosa dos Editors ou o que é aquilo? Porquê focar a vida do Ian Curtis em questões amorosas?
Mas é sempre bom ver o glam-rock (ziggy...) associado, o Lou Reed, o Iggy Pop e os Kraftwerk... vale a pena, no fim - vejam o "Control".
(obrigado rz)

PS: a rubrica "malhas" vai voltar, mas antes de passar para o POST-PUNK é necessário passar pelo punk, não é? A questão é que ainda estamos no hard rock e rock progressivo, lá iremos... custa-me nesta fase, contudo ouvir certas coisas, mas vou fazer um esforço para continuar a por a musica que neste momento não me apetece ouvir (vou tentar estabelecer uma certa ordem de publicação).

Anónimo disse...

Ainda não tive oportunidade de ver o "Control". Quando tiver oportunidade, assim o farei.

A propósito dos Kraftwerk, só hoje foi divulgada a morte de Karlheinz Stockhausen (falecido na passada quarta-feira), por muitos considerado o pai da música electrónica .

rz disse...

ao contrario deste, que explica a morte no fim da adolescencia!!!!
no meu humilde ponto de vista bastante mais interessante!

aa disse...

Discordo totalmente... mas ainda bem. Acho que o maior problema deste Control é perder-se em repetições, em decalques, em lugares comuns... o Ian Curtis reduzido a "um tipo que dançava de forma esquisita e que tinha uns problemas com a mulher que ninguém chegou a perceber quais eram" (e a epilepsia? - mal explorada quanto a mim - os epilépticos não sabem onde estão quando acordam). "Era o facto de se ter casado muito novo e de não ter nada a ver com ela?", mas e então?, o que isso tem de especial?... se não fosse a música e a fotografia (excepcional) este Control não tinha uma pinga de sentimento; quase todas as actuações destes "clones dos joy division) foram forçadas, iguais, sempre da mesma forma... eu coloquei este vídeo para se ver bem a diferença entre o original e o filme, que retrata a mesma sequência - neste vídeo eu sinto, eui emociono-me.
Quanto ao resto, acho que não se pode comparar com o Paranoid Park: não tem absoltuamente nada a ver, são registos em sentidos opostos, são idades diferentes - para além disso não acho que o fim da adolescência seja aos 23 anos, provavelmete está ali entre os 16 e 18, a idade de todas as descobertas, aos 23 as descobertas são outras, aos 23 podes conversar com alguém de 50 anos como teu igual, aos 23 já há pessoas em quem podes confiar.
Quanto ao Paranoid Park - tem o defeito da personagem principal não ter o carisma de um Ian Curtis, e então? É um exercício de cinema em que todas as peças se encaixam, música, imagem, movimento, história, e uma TENSÃO arrebatadora - o guarda cortado ao meio é aquilo que faltava no filme - do Cronemberg - e penso que tem uma grande sensibilidade em pequenos pormenores, nos risos dos miúdos, nos gestos das raparigas... foi apenas por isso que compreendi a frase do gajo do Expresso: estes míúdos são reais, não são os marginais de um Kids ou de um Ken Park.
E depois tem uma banda sonora que não se limita a expor cronologicamente as músicas de uma banda, tornando-se expositivo e chato - a música tem um papel activo no desenrolar da acção e na construção da tensão - "o cinema são imagens ao som de música"(David Lynch)