30 de janeiro de 2008

"Das Marchen"...mata velhos de ataque cardiaco!!!


saíram todos (quando digo todos foram mesmo todos, ficamos para aí uns 40) passado o primeiro acto, o que até nem foi desagradável diga-se de passagem, a junção de perfumes manhosos com chanel nº5 dava dores de cabeça e impedia a percepção musical, bem sei que já lá iam duas horas. Contudo FIQUEI DEPRIMIDA pela falta de abertura da classe pseudo cultural portuguesa..... a primeira, PRIMEIRISSIMA, ópera do Sr. Emanuel Nunes, fantástico compositor português e a única coisa que diziam é que a musica era insuportável, (insuportável? mas julgavam que iam ouvir o q? Wagner, Puccini, os clássicos??? amigos Musica lírica contemporânea, diz-vos alguma coisa???? pelos vistos não, pena.) sem o mínimo esforço, a mínima atenção, o mínimo nada...
Na minha humilde e leiga opinião só tenho a dizer uma coisa (ao bom género da infantil!): INSUPORTÁVEIS SÃO VOCÊS SEUS PSEUDOS DE MERDA, QUE SÓ VÃO A ÓPERA PARA SEREM VISTOS, DEVIAM APEGAR-SE A ESSES CLIHS QUE TANTO GOSTAM E NUM ACTO BENEMÉRITO DAREM OS BILHETES A QUEM OS REALMENTE QUER....

29 de janeiro de 2008

Blade Runner





O atleta sul-africano Oscar Pistorius, igualmente conhecido por Blade Runner, foi proibido de participar nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008. A Associação Internacional das Associações de Atletismo (IAAF) alega que as próteses flexíveis de carbono utilizadas por este atleta, podem significar uma vantagem relativamente aos velocistas sem deficiência.

Segundo um comunicado da IAAF, Pistorius foi capaz de correr com as suas lâminas protéticas à mesma velocidade que os velocistas sem deficiências com menos 25 por cento de energia gasta. (...) A energia devolvida da lâmina protética é cerca de três vezes superior à da articulação de um joelho humano em velocidade máxima”.

Tanto medo dos cyborgs!



28 de janeiro de 2008

abraço impossível

Intangível é a realidade...
Estranha é... a fusão num só corpo,
morto...
Como se abraçam,
como se encontram - distantes,
para além do contacto;
visitantes de outro mundo caem, unos.
Como apodrecem as lágrimas,
e os calores, mudos,
e a atracção nocturna para além do infinito...
Mas ali, na fatalidade do momento,
para além do vento que compreendia tudo,
o abraço é impossível:
“Quem sois que lhe tomastes a alma?
Que carne me acalma as peles,
que corpo vestes para a afastares de mim?”
Aperto, desespero...
Liberta-os do toque!,
para o fundo,
para esse mundo interior em que habitam!
Medo.
Tristeza.

...
Para onde a beleza do encontro nocturno?
Para onde a imagem da saudade recente?
...para sempre sós num abraço impossível.



26 de janeiro de 2008

é uma merda qualquer

vicente - ontem o meu pai meteu a pila no pipi da minha mãe...3 vezes...
josé - a sério?
vicente - sim...lá pra junho deve nascer a tal coisa
memórias
catapultas do tempo
2x3=6
2x4=8
ó gordo
ó caixa de óculos
ó senhora professora!! o joão apalpou-me!!
3x4=12
gosto tanto dos meus avós, onde está o pai?
- vou la para baixo brincar com o zé
- ás 5 vens pra casa!!
olha a avó já não está cá...foi se embora
- mãe hoje chumbei a português
- haaa...bom, mas a estudo do meio passas-te?
- sim!! essa está feita, assim já posso passar para a 2º classe
o que é estudo do meio?...tudo é estudo do meio?
- isto é pintura, aquilo é português, a outra é matemática e isto não é arquitectura!!!
- então o que é?
- é estudo do meio!!!
viva os dias de festa!...viva a câmara de filmar do outro!...workshupaaassss!!! (um dia destes...)
ela ia no comboio, apelou com o olhar...fica pra próxima, ainda não foi desta...
fodas pisei merda, caguei merda, vi merda, cheirei merda, merda em todo o lado
cães com merda, cães de merda, cães de louça a fuder na merda
coil - fire of the mind.mp3
que estupidez...isto não pode continuar assim
FODAS TIVE A TRABALHAR, JÁ TE DISSE!!
as ideias andam de um lado para o outro
as memórias vão atrás
a imaginação anda enrolada com as duas
orgias mentais
o que é isto?...é analfabetismo? é aristocracia? é gás metano? é de onde?
6x4=vinte e....quatro??
6x5=30
- quero essa carne toda comida, não deitas nada fora!
- tá calada ó puta do caralho!!!
...2 dias em coma, é melhor não dizer isso
a professora tem pêlos debaixo dos braços
o professor têm pelos dentro dos olhos
- sabes aquela em que o hitler vê uma criancinha a brincar com cinzas e pergunta, o que estás a fazer? estou a brincar com os meus pais, responde ela.
- ahahah...e aquela do...
em tempos o mundo era pequeno. mas foi crescendo aos poucos, parou? qual é o limite do mundo?
aquilo são planetas, aquilo sao estrelas, aquela é a amália e isto não é arquitectura!!!
tudo é espaço logo tudo é vezes 3
- a tua tese é sobre o quê?
- é sobre tudo mas não fala de nada em concreto
- ahhh então é estudo do meio!!
- ou é de uma merda qualquer...

25 de janeiro de 2008

instrument

«Listen to the tales and romanticize,
How we'd follow the path of the hero.
Boast about the day when the rivers overrun.
How we rise to the height of our halo.

Listen to the tales as we all rationalize

Our way into the arms of the savior,
Feigning all the trials and the tribulations;
None of us have actually been there.
Not like you.

Ignorant siblings in the congregation

Gather around spewing sympathy,
Spare me.
None of them can even hold a candle up to you.
Blinded by choice, these hypocrites won't see.
But, enough about the collective Judas.

Who could deny you were the one who
Illuminated your little piece of the divine?

And this little light of mine, a gift you passed on to me;

I'm gonna let it shine to guide you safely on your way,
Your way home ...

Oh, what are they going to do when the lights go down

Without you to guide them all to Zion?
What are they going to do when the rivers overrun
Other than tremble incessantly?

High is the way, but all eyes are upon the ground.

You were the light and the way they'll only read about.
I only pray, Heaven knows when to lift you out.
Ten thousand days in the fire is long enough;
You're going home.

You're the only one who can hold your head up high,

Shake your fists at the gates saying:
"I've come home now!
Fetch me the spirit, the son, and the father.
Tell them their pillar of faith has ascended.
It's time now!
My time now!
Give me my, give me my wings!"
You are the light and way that they will only read about.
Set as I am in my ways and my arrogance,

(With the) burden of proof tossed upon the believers.
You were my witness, my eyes, my evidence,
Judith Marie, unconditional one.
Daylight dims leaving cold fluorescents.

Difficult to see you in this light.
Please forgive this bold suggestion, but
Should you see your Maker's face tonight,
Look Him in the eye, look Him in the eye, and tell Him:
"I never lived a lie, never took a life, but surely saved one.
Hallelujah, it's time for you to bring me home."»

Maynard James Keenan
*
(10000 days cover by thumphrey)

24 de janeiro de 2008







No seguimento dos acontecimentos da última noite, avisam-se os presentes que o uso intensivo do comando "refresh", pode dar origem a graves episódios hemorrágicos









princípio antrópico

«(...)a improvável expansão do universo; a improvável afinação da temperatura primordial; a improvável homogeneidade da matéria; a improvável vantagem ínfima da matéria em relação à antimatéria; a improvável afinação dos valores das forças; o improvável processo de formação do carbono; a improvável existência, no núcleo terrestre, dos metais que lhe conferem o campo magnético; a improvável órbita do planeta; a improvável aglomeração de moléculas complexas... ...a vida improvável? (...) Bastava que os valores fossem infinitesimalmente diferentes para não haver vida (...) o que pressupõe uma "afinação universal" para a criação de vida inteligente (...) (por outro lado) segundo o “Demónio de Laplace", como todos os acontecimentos têm uma causa/efeito, sendo o Universo actual o efeito do seu estado anterior e causa daquele que se lhe seguirá (...) então, quem conhecer o estado actual da matéria, todas as leis e posições específicas de todas as partículas, ao mais ínfimo pormenor, poderá calcular todo o passado e todo o futuro (...) Está tudo determinado (...) e a nossa existência não é acidental pelo facto de que tudo está determinado desde o início»
Adaptado de Brandon Carter; John Barrow; Frank Tipler; Paul Davis e JRS

Sim, foi no Princípio Antrópico de Brandon Carter (1973) que o José Rodrigues dos Santos baseou o seu romance (A Fórmula de Deus) em ordem a reconstituir a "prova científica da existência de Deus".
Sim, eu li a treta do livro.
É o que dá ter uma irmã "cientista", um pai engenheiro e uma mãe pseudo-religiosa com uma tendência sistémica (incutida pelo Sistema) em ler Best-sellers. Não querendo desculpar a minha "falha" aos olhos da "nata da intelectualidade", quero dizer desde já que fui enganado: "O livro é uma merda", ao que a minha mãezinha prontamente responde "mas não gostaste dessas teorias?" e ao que eu contra-respondi "mas o livro é uma porcaria, não acontece nada, as personagens são irritantes, unidimensionais, o ambiente é hermético e a acção inexistente!" (Se bem que, se não fosse este jornalista, seria bem mais complicado obter toda esta informação condensada... nesse aspecto até que fez um belo trabalho, mas... e então para quê a "história"?? Para quê tanta trapalhada, tanta "Treta que não serve para nada"? Sinceramente, senhor JRS, edite o seu livrinho de novo, mas desta vez sem historieta, está bem?, é que julguei mesmo que iria morrer de aborrecimento perante as desventuras do triste Tomászinho).
É verdade.
E eu que apenas queria um livrinho porreiro de aventuras, tipo Lord of the Rings, ou, porque não?, d'OS CINCO, para me distrair da lengalenga da dissertação, e sai-me este burgesso, a título impingido por todos os elementos familiares que entusiásticamente o haviam devorado... afinal de contas o que serei eu do que apenas mais um Winston Smith a lutar contra marés que o acabam sempre por devorar? Sou um deles...
...o que mais me irrita é chegar à conclusão que entendi melhor este "Livro" que o do Stephen Hawking... (e este é o único elogio que lhe faço)
Quanto ao facto de existir Deus ou não... sinceramente, cheguei à conclusão que não gosto que Deus exista.
Desculpa-Me lá.
Mas a ideia de haver "propósito" de haver "sentido" é algo que me enerva solenemente. Tudo aquilo que mais amo na vida são as coisas desprovidas de sentido aparente... irrita-me a ciência e odeio os cientistas. "Prova" disto, "prova" daquilo!.., parece que são parvos. A experiência sensorial do mundo é muito mais interessante; é muito mais interessante a fantasia e a irrealidade... o desconhecido, o misticismo, o escuro é mais interessante que a luz.
"A vida imita a arte", penso que foi Oscar Wilde que disse isto (aulinha do Orlandini), mas não esquecendo, as possibilidades da imaginação humana são muito maiores que as possibilidades que este Universo engloba.
Havendo uma "Origem divina do Universo" e sendo o ser Humano o fim último da "criação", então o objectivo do Universo é a Arte, porque essa é, sem dúvida nenhuma, fruto do momento em que criamos verdadeiramente algo e nos igualamos a Deus.
Ou... por outro lado, uma vez que o Universo não poderia ter sido de outra forma (devido às inúmeras circunstâncias improváveis que o possibilitam ser), então, cabe à imaginação a capacidade de criar tudo aquilo que Deus não conseguiu!

Somos maiores que Deus, somos seres que Vêem e um mundo aparece, somos entidades efémeras a dar sentido ao pouco tempo que nos resta.

É essa a causa do nosso poder: efemeridade e imaginação!

23 de janeiro de 2008











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Portugal 1989 / artistas que saem da apatia ou não.

qual geração desocupada, somos é uma geração traumatizada....

Luiz Pacheco - O cachecol do artista

artistas? ou Homens que saem da apatia.

Graciano Saga - Porque Choras Criancinha

...sentir

desprezo

(esquartejado de "Le Mépris", Jean-Luc Godard, 1963)

21 de janeiro de 2008

sight to behold, devendra banhart

cinco anos

Cinco anos não são nada.
Mas cinco anos é tudo o que basta,
é tudo o que resta da estrada.
E cinco anos, e a mesma história,
na mesma linha onde já não estás,
no mesmo lugar onde te inventei,
no mesmo banco em que jaz
a memória de onde fiquei...

e te abandonei.
...lá atrás. Nessa lonjura que resta
para não saberes quem sou.


E eu que também não sei quem sou
em cinco anos que passaram por mim.
Mas cinco anos te levaram
e tudo aquilo em que me vias?
Cinco anos não são dias,
cinco anos não são fim!
E se há cinco anos eu fora
o que cinco anos me criou,
cinco anos não bastaria
para te ver mais um dia...
...cinco anos ficaria, aqui,
e tu em mim,
cinco anos os dois,
cinco anos assim...

19 de janeiro de 2008



Olha só quem ali está! Mas tu hoje queres ser invisível, certo? Como não te detectaram, nada melhor que aproveitares a oportunidade para vestires o teu fato da invisibilidade!



Estás a começar a sentir o sangue a palpitar nas carótidas, não estás? Deixaste de prestar atenção ao que estavas a fazer e a tua visão periférica aumentou exponencialmente, certo? Esta merda de jogo dá-te tesão, não? É parvo mas tu gostas!



Excitação controlada? É o momento ideal para começar a actuar! Rápida e descomprometidamente, observa “quem ali está” e tenta perceber a sua localização e a respectiva movimentação. Deves ser capaz de perceber o que faz “quem ali está”. O que detectas? Concentração? Dispersão? Rápido, tens de ser célere no teu diagnóstico! Ah, lembra-te sempre que podes dar nas vistas pelo simples acto de te esconderes. O anonimato exige que te mantenhas tal e qual como estavas até há pouco.



Chegou o momento! Subtilmente, sai da tua posição e dirige-te até ao ponto de fuga. Não olhas para lá, mas sabes que te estás a aproximar de “quem ali está”. Não há problema, desde que os níveis de concentração se mantenham elevados. Este é também o momento de maior exigência das tuas supra-renais! Mas isto dá-te tesão, não dá? Continua em frente, és agora um corpo invisível e estás prestes a atingir o teu objectivo.



Chegaste ao ponto de fuga, sem que tivesse soado o sinal de alarme. Atenção, que ainda não é altura para total descontracção! Estás em área neutra e os contratempos podem acontecer.



Já está! Por breves instantes primaste pela invisibilidade. Não era isso que querias? Óptimo, missão cumprida!
Mas… será que “quem ali está” não te detectou primeiro? Não creio, mas é sempre uma possibilidade.



Quem está ali?




white zombie - thunder kiss '65

18 de janeiro de 2008

Ah Arnaldo!

17 de janeiro de 2008

o "bom" filme


.
assalto ao terminator 4

.

16 de janeiro de 2008

ente-ante

«existente é o ente que eu mesmo sou a cada instante»
Jurgen Habermas acerca de Heidegger

«impressionante, o peido que eu dou em cada instante»
HM

14 de janeiro de 2008

(a)normal fantasiar

Alguém sabe o que é o "amor platónico"?

...apesar de todas as definições "científicas", não me parece que haja mal em fantasiar o mundo, penso antes que o mal está, precisamente, em o mundo não estar minimamente preparado para as nossas fantasias, e quando falo de mundo, falo nas pessoas. Porque o que é o mundo senão uma gigantesca fantasia?

Existem, ainda, alguns resistentes, como o indivíduo do movimento “Free-Hugs”, que distribui um pouco de carinho por desconhecidos e é visto, por praticamente todas as pessoas, como um autêntico anormal. E ele é realmente um anormal, porque o que é normal é nunca olhar as pessoas, é ignorá-las, ou então recorrer à segurança da frieza e da brutidade, é viver a paredes meias com vizinhos que, ao nos verem de manhã, nos cumprimentam com um belíssimo “desviar da cabeça”, um carinhoso grunhido e um simpático bater da porta da rua. Como é bela a normalidade!

Eu também sou normal.

Mas... contudo, de tempos a tempos, percebo que não sou feliz assim. De vez em quando apercebo-me de que sou “um normal” com um profundo desejo de anormalidade a querer saltar cá para fora, sentindo-me impelido, tal como alguém com trissomia 21, a desejar abraçar todas as pessoas e a apaixonar-me por completos desconhecidos. O meu lado “normal” conhece perfeitamente os meandros da amizade e do amor físico e mental, mas o meu lado anormal há muito que compreendeu que isso pode ser extrapolado para todo o mundo, para tal basta haver disponibilidade, abertura de espírito, entrega, altruísmo e uma completa temeridade perante algo que nos poderá magoar de forma irreversível. Um sentido apurado de detecção de feromonas e um profundo desejo interno daquilo que a dopamina provoca no cérebro...
Terei construído um raciocínio científico nas últimas linhas? Talvez... mas cuidado, porque existe uma tendência incutida pelo Sistema em confundir ciência com cepticismo... por isso, caros “cientistas cépticos”, vocês que há muito tempo se deixaram de deslumbrar pelo mundo, vocês que estão formatados pelo nosso fantástico sistema (de “ensino”), vocês que acreditam vir a concretizar-se pela subida na “carreira” e pelo aumento do ordenado, vocês que assassinam o mundo natural com os vossos químicos e o metafísico pela falta de fé, lembrem-se que a ciência nunca bastará para compreender a estrutura do universo (que, para além de matemática, é também semãntica) e, acima de tudo, não se deixem levar pela “normalidade”, porque o ser humano é tudo menos normal.
Um brinde aos anormais, aos artistas, aos músicos, aos poetas e, porque não..., aos Arquitectos “inconscientes”?

Vivemos toda a vida com medo de agir, arrastando processos simples em coisas que se tornam dolorosas, por vezes temos a confirmação de que "n
inguém sabe o que dizer”. Ninguém se sente seguro perante o desconhecido, mas há sempre alguns que partem, em viagem, vão, em deslocamento físico através do espaço, ou mesmo parados, a sua mente dispara e, mesmo com medo profundo, eles vão...
Depois, há os que ficam.

...Talvez seja essa a única cura para a efemeridade, tentar encontrar um qualquer (as)significado(?) e agir, abusivamente. Onde estão os cientistas não-cépticos?

"Enganei-me; amanhã é outro dia."

*

«Ninguém é insubstituível, até quem nos abraça.»

13 de janeiro de 2008






caixa de música










estavas enganada, mãe

Este lugar poderá ser "o fim de mundo que viémos a buscar”, mas este “fim de mundo” está sobrelotado.

“Adeus. Vou partir” – e vomito-o pela consideração que não tenho em decidir nunca mais te ver, porque é de ti que vou fugir...e de todos os outros.
Pessoas.
Um eremita; partir para onde a minha língua seja estrangeira, porque sempre fui estrangeiro numa terra onde a língua era apenas um obstáculo de semânticas falaciosas... não vos compreendo e não quero... ninguém quer.

Amo-te”; gosto de ti”; “preocupo-me contigo”; quero (...)”: sempre eu, sempre tu, sempre palavras falsas, momentos sentidos, vidas absurdas, projectos constantemente adiados. “Ama-me agora porque amanhã vou partir” – sempre o momento esporádico, sempre o presente solitário. As pessoas passam, e nós permanecemos aqui. Quem é importante agora, amanhã será outro, e o presente continua, ensurdecedor, silenciosamente repetitivo, desesperadamente só.
Um pequeno gesto, uma palavra não medida, um acidente... tudo o que basta é uma pequena discrepância no movimento caótico de partículas, e tudo muda: poderemos perder tudo aquilo que dávamos por adquirido, um mundo que cai por terra, deixando-nos sem nada.
Como é frágil a felicidade, como são finos e singulares os momentos de alegria, como é avassalador o sentimento daquilo que se dá por adquirido, a derrocada do mundo interior, a evidência da vida ser uma instância assustadoramente passageira e... extremamente curta.

Uma criança de quatro anos prepara-se para se deitar enquanto se depara com a sua futura imagem de noventa anos, no leito de morte, exactamente o mesmo leito em que se prepara para dormir, aquele mesmo lugar.
Como lhe é clara a noção de que os restantes oitenta-e-seis anos de vida passarão a correr!...e chora, porque não quer morrer. A mãe passa-lhe a mão pela cabeça, dizendo-lhe que “ainda falta muito tempo, tu ainda só tens quatro aninhos...”.
Oitenta-e-seis anos mais tarde ele está sozinho, todos os que amou partiram – “estavas enganada, mãe”.

9 de janeiro de 2008







- Já não sou Wintermute.



















- Então que és?



















Bebeu directamente da garrafa sentindo nada.




















- Sou a matriz, Case.




















Case soltou uma gargalhada.




















- E aonde é que isso te leva?




















- A lado nenhum, a toda a parte, sou a soma total das coisas, o espectáculo todo.






"Neuromante" - William Gibson









7 de janeiro de 2008

eterno Presente

O que é o tempo senão... números?
Números num mostrador, caracteres num calendário, memórias, empilhamento de lixo, em apodrecimento, até que alguém o venha limpar quando já cá não estivermos. Um tempo de passagem, efémera.
Eu não sinto o tempo passar. Aqui permaneço, envolto num invólucro de carne, em constante transformação consigo e com tudo em redor, terceira pessoa em que habito, porque para mim o tempo não passa, não muda, não existe, sem passado significativo e sem futuro material: um eterno Presente de silêncio ensurdecedor.
Como é desesperante este ruído assonoro que nos assola por dentro e nos impele a disfarçá-lo pela necessidade de construção de acontecimetos, pela acção abusiva, como que para dar um sentido a algo estático, morto... uma necessidade em acreditar que as medidas entre os compassos são a própria matéria do tempo, que os houve passados e que os haverá futuros... e um medo do fim derradeiro, a dúvida da morte enquanto fim do tempo ou apenas a constatação de que esse tempo nunca existiu. Que nunca existimos.
Existiremos sem relógios...?
Sem máquinas, sem pôr e nascer do sol, sem mecanismos não existe tempo, apenas silêncio, apenas escuridão na vastidão incomensurável do vácuo espacial..!
Quanto tempo dura a viagem? Quanto entre duas singularidades para ser inteligível?, porque não há medição sem início e fim... que é da medida sem haver nada para medir?

Porque é a efemeridade que nos faz contar os segundos, porque o tempo não existe, apenas este ensurdecedor silêncio do eterno presente.
*

5 de janeiro de 2008

números

Responde.
Noites de eterno presente,
à escuta... aos gritos.
Responde.
Volta-me!, os momentos que foram...
voltam-me.
Tu que existes,
volta-me ao eterno presente
onde nasço, espero e morro.

4 de janeiro de 2008

HIT

HIT de ano velho

...hmm, qualquer semelhança é pura coincidência.

HIT de ano novo

Todos os anos há uma qualquer música que fica a tocar toda a noite de passagem de ano, e este ano foi esta (que apesar de meio velha) serviu para justificar a bebedeira de todos.
PS: mas o nosso vídeo foi melhor, mesmo sem loiras pernaltas...

3 de janeiro de 2008