28 de janeiro de 2008

abraço impossível

Intangível é a realidade...
Estranha é... a fusão num só corpo,
morto...
Como se abraçam,
como se encontram - distantes,
para além do contacto;
visitantes de outro mundo caem, unos.
Como apodrecem as lágrimas,
e os calores, mudos,
e a atracção nocturna para além do infinito...
Mas ali, na fatalidade do momento,
para além do vento que compreendia tudo,
o abraço é impossível:
“Quem sois que lhe tomastes a alma?
Que carne me acalma as peles,
que corpo vestes para a afastares de mim?”
Aperto, desespero...
Liberta-os do toque!,
para o fundo,
para esse mundo interior em que habitam!
Medo.
Tristeza.

...
Para onde a beleza do encontro nocturno?
Para onde a imagem da saudade recente?
...para sempre sós num abraço impossível.



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